Será que a gente ainda precisa falar de diversidade dessa forma?

Diversidade e inclusão têm sido tópicos muito comentados e eu acho isso maravilhoso, (eu até faço uma pós graduação sobre esse assunto e amo todas as discussões que temos dentro e fora da sala de aula)! Mas será que a gente precisa ficar abordando a diversidade como uma “novidade” o tempo todo?

Deixa eu explicar, né? Porque se não vai ficar estranho. Então segura (metaforicamente) a minha mãozinha e vem comigo!

Eu estava refletindo sobre isso atualmente por causa da série “And Just Like That”, que é continuação de Sex And The City. Admito que depois da volta de Gossip Girl eu já não estava com muitas esperanças pra esse outro reboot, mas até que ele tem sido bom. Eu acho legal a ideia de contar sobre como as personagens estão atualmente, não vejo problema nelas terem envelhecido, porque, convenhamos: pessoas envelhecem.

Mas o jeito que a série abordou a diversidade me incomodou, porque trata o tema como se fosse algo totalmente novo que está afetando elas e não é assim. Pessoas diferentes existem, sejam elas não brancas, LGBTQIA+, com deficiência e corpos gordos… Não é uma novidade absurda dos últimos, sei lá, cinco anos. Inclusive nos anos 90 elas estavam lá, basicamente não sendo representadas pela versão original da série.

E isso me fez refletir. Em uma série que diversidade não é o assunto principal, pessoas fora do padrão branco, eurocêntrico, cis e magro não podem apenas existir sem causar estranhamento? Tipo, estarem presentes, abordarem as coisas que as afetam sempre que possível e necessário, mas sem precisarem parecer um “fardo” pros(as) brancos(as) privilegiados(as)?

Não já deu com esse papo de “tudo mudou”, “no meu tempo não era assim” e sei lá mais o quê? Pessoas diversas existem, merecem espaço, respeito e não têm que ficar ensinando tudo o tempo todo, elas têm uma jornada própria e merecem ser ouvidas e respeitadas.

No caso de “And Just Like That” ia ser muito mais legal só incluir novos personagens e ir deixando eles contarem suas histórias e mostrar suas jornadas por si só ao invés de ter que assistir certas vergonhas alheias, como quase todas as interações da Miranda com a nova professora dela ou fazer Che contar várias piadas clichês sobre ser uma pessoa não-binária.

O que vocês acham? Tentaram assistir o reboot de Sex and The City também?

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